quinta-feira, 1 de outubro de 2009

O que fora tempo...

Se paro de escrever, quando volto não lembro o porquê de ter parado.
As palavras transbordam quase sem querer... As vezes o problema é que nós mesmos queremos que permaneçam guardadas.
Algo que precisava urgentemente sair... A e aos melhores dias.

Condado

Em meio aos teus castelos, tuas esquinas, ruas estreitas e escuras

Em meio ao teu clima e as pontes e parques e rios e canais.

Em meio à música que cantas pelo vento

E ao cheiro de grama molhada que penetra a narina

Em meio as tuas paisagens que mais parecem pinturas

Sob a lua, à luz de velas

Em meio ao tempo que há muito passou

Há algo que não hei de esquecer

Se desenho era? Não sei, nem saberia

Mas perdi-me completamente em seus traços

Contorno e preenchimento

Aquilo me invadia

Nas linhas retas, teu vento tornava curva

E em meio àquele perfume, o teu se perdia

Aquela beleza? A tua se esvaia

E, então, antes o que fora tempo

Já não mais existia.

Apenas uma dúvida ficou:

Se desenho fosse, quando vida teria?


Rodrigo Rabello